Impressões Recentes

Irmãos Grimm, 2005.

Adoro contos de fadas. Sou realmente apaixonado pelo tema e, vez e outra, me pego lendo algum livro com esse tipo de história. Acho que é importante não perdermos a capacidade de sonhar, de imaginar aquilo que muitos consideram impossível e, principalmente, de tentarmos nos agarrar desesperadamente a algum resquício da infância, quando tudo era repleto de pureza (e quase alheio a preocupações).  Também adoro Terry Gilliam. Confesso, sou fã mesmo e o acho um gênio. Embora não goste de Monty Python, Terry Gilliam, para mim, foi o melhor legado do grupo britânico. "Brazil", "As avent

Um Dia, 2011.

"Eu odiava você. Com bastante violência. Sinto muito, mas... Porque ela se iluminava perto de você. Não era assim comigo..." Quase no fim de "Um Dia" a personagem de Ian, um comediante que havia vivido com Emma, profere essas palavras. E elas são verdadeiras: a moça passou vinte anos apaixonada por Dex, sendo apenas sua amiga. Ele é o estereótipo do homem que está mais preocupado com a quantidade de mulheres que arrasta para a cama do que com a qualidade delas. Quando finalmente cai em si, é tarde demais: a vida é irônica e cobra um preço alto - até pra os que amam e vivem sonhos se r

The Front Line, 2011.

Há filmes que, só por uma cena, já valem. É o caso desse pré-candidato ao Oscar escolhido pela Coreia do Sul e dirigido por Hun Jang. A cena em questão acontece nos últimos 15 minutos do filme. Exércitos do Norte e do Sul estão prestes a disputar a batalha final pelo Monte Aerok, em 1953, e definir as atuais fronteiras entre os dois países. Então os comunistas começam a cantar uma triste música, que relembra o rosto da mãe, já velha, e a saudade que ela deixa aos filhos. Em meio às brumas, o exército sulista também adere à canção, formando um uníssono lindo, muito lindo. É de arrepiar

Cisne Negro, 2010.

(Originalmente escrito em 2010) Aronofsky fez 5 longas até hoje; três excelentes - "Pi", "Réquiem para um Sonho", "Fonte da Vida" - e dois espetaculares: "O Lutador" e "Cisne Negro". Em cinco filmes ele já conseguiu deixar sua marca, aquela coisa que assistimos e dizemos: "Pô, isso é do Aronofsky". "Cisne Negro" é, antes de mais nada, uma fábula moderna de Dr. Jekyll and Mr. Hyde, do Robert Louis Stevenson. E é um filme sobre bailarinas. A partir daqui fica um pouco difícil eu falar qualquer coisa sobre o filme com imparcialidade, uma vez que conheço - pouco, é bem verdade - algumas

A Better Life, 2011.

O mexicano Demián Bichir foi recentemente indicado ao Oscar de Melhor Ator. Ele foi tido como o "azarão", pois concorre com Brad Pitt, George Clooney, Gary Oldman e o francês Jean Dujardin. O que "A Better Life" me mostrou, no entanto, foi o quão Demián está acima de seus concorrentes, embora sendo praticamente desconhecido. "A Better Life" é um filme sensível, delicado e, principalmente, respeitoso. O diretor Chris Weitz trata do tema da imigração mexicana ilegal nos EUA de forma honesta, sem "vilanizar" aqueles que atravessaram a fronteira para tentar uma vida melhor. E lá está ele

Miss Bala, 2011.

Não conheço praticamente nada de cinema mexicano. Apenas novelas mexicanas (claro). Mas se todos os filmes do México seguirem (ou seguem) a linha de "Miss Bala" é sinal de que haverá muita coisa boa vindo por aí. É um filme (pré-candidato ao Oscar 2012, ficando de fora) de ação misturado com drama, com as melhores qualidades que essa mistura pode gerar. Acompanhamos Laura Guerrero (interpretada muito bem pela bela Stephanie Sigman) e seu sonho de ser Miss no estado de Baja California. Tudo seria muito bonitinho e o filme seria mais um de "busca e realização" se não fosse o contexto me

Moneyball - O Homem que Mudou o Jogo, 2011.

Todo ano surgem aqueles filmes que servem apenas para encher linguiça e engrossar a lista de candidatos a prêmios de Melhor Filme. "Moneyball" é um típico caso dessa necessidade de montar listas longas que não necessariamente refletem a qualidade dos filmes. Talvez eu até ficasse empolgado com "Moneyball" se eu entendesse algo de beisebol. Não sei patavinas do assunto, e depois de ter assistido ao filme continuo na ignorância... Também não entendo nada de futebol americano ou rugby, mas os filmes feitos sobre esses temas são, geralmente, vibrantes, onde timecos se superam e ganham cam

Labirinto - A Magia do Tempo, 1986.

Existem filmes que marcam nossas vidas. Ainda mais quando são vistos na infância. "Labirinto" é um desses casos. Acho que, junto aos "Goonies" e "Cristal Encantado", é uma das obras de que mais me lembro dos personagens. Tem a menina, o Rei dos Duendes, o gnomo, o monstrão vermelho e a raposa que cavalga seu cão: seres que ficam na memória. Filmes que marcam nossas vidas são um tanto perigosos. Se na infância eles são maravilhosos, pois são vistos através de olhos de crianças, quando revisitados em fase adulta eles tendem a se esmaecer um pouco. Praticamente todos os filmes que adorav

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres, 2011.

Ai, ai, ai. Vejamos: David Fincher é um dos meus diretores prediletos. O cara tem no currículo coisas que considero ótimas, como "Alien 3", "Seven", "Clube da Luta", "Zodíaco", "Benjamin Button" e "A rede social". E então ele fez "Millennium - O homem que não amava as mulheres"...  O filme é longo demais, tem 2h40min, é muito arrastado. Tudo bem, é uma história de investigação criminal. Mas "Zodiaco" também é, e vejam que maravilha! É fluido, tenso, não cansa: é o oposto de "Millennium". Li em algum lugar que o filme é frio demais. Tenho de concordar: não dá para se envolver com o

Night Fishing, 2011.

Nem só de equipamentos caríssimos vive o Cinema. Chan-wook Park  (e Chan-kyong Park) teve de abrir mão de tecnologia extremamente avançada para filmar seu "Night Fishing". O diretor coreano filmou a obra toda apenas utilizando celulares iPhone 4! Tudo bem que ele acoplou lentes específicas na frente do celular para algumas tomadas, mas a "essência" amadora continua lá, afinal, tudo passa pela qualidade do fone da Apple e sua própria lente. O resto é deixado para a pós-produção, com a  aplicação de filtros de correção e outras coisas que desconheço.  A história é um tant

Os Descendentes, 2011.

O que se segue é um mea culpa. Quando vi o trailer do novo filme de Alexander Payne no cinema a primeira coisa que me veio à cabeça foi: "Mas que porcaria é essa?! É esse o filme que está concorrendo ao Globo de Ouro e que provavelmente concorrerá ao Oscar?". Pois é, ele não só concorreu, como ganhou o Globo de Ouro Drama semana passada. Fiquei acordado até tarde para assistir à premiação e fui dormir revoltado, tendo em mente ainda o trailer que havia visto. Assisti, então, ao filme. E assisti meio envergonhado: o que vi é uma obra que não faz jus ao trailer em momento algum. É um f

O Artista, 2011.

Eu estava tão ansioso para ver esse filme. Afinal, a crítica tem adorado, a nota no imdb é altíssima, ele ganhou o Globo de Ouro na categoria Musical/Comédia. Tinha tudo pra ser bom. Pois é, "tinha"... "O Artista" é, até agora, o filme mais entediante, mais chato que vi esse ano. Quer a história? (afinal, "filmes têm de ter história, blá,blá, blá, por isso que odeiam o Malick, blá, blá, blá") Um famosíssimo ator da era do cinema mudo se vê no difícil dilema entre fracassar no mundo mudo ou mudar sua carreira e começar a atuar no cinema falado que surge na década de 1930. Ponto. Tudo bem,

Sherlock (BBC), 2010-2012.

É arriscado escrever sobre algo que absolutamente, absurdamente, completamente sou apaixonado. Tenho em minha lista de coisas a fazer antes morrer uma visita ao 221B de Baker Street em Londres. Tenho a obra completa de Sherlock Holmes e a devoro com o tesão que poucas coisas nesse mundo conseguem surtir em mim. E desde 2010 acompanho essa série da BBC, aguardando ansiosamente as notícias que dizem "ela voltará a passar em tal data". Não acompanho séries. Não gosto de séries porque elas demoram demais para acabar. Mas "Sherlock" é diferente, pelo próprio caráter da obra do Doyle: são epis

L'Apollonide - Os amores da casa de tolerância, 2011.

Putas bonitas e perfumadas se misturam à pinturas em tons pastéis. Dirigido por Bertrand Bonello, esse filme francês teve sua exibição em Cannes do ano passado, e deve ter arrancado suspiros. Suspiros de tesão, de alegria, de tristeza, de lágrimas... há tudo isso no filme. E, se há tudo isso, obviamente só temos um aspecto possível de retratação das personagens prostitutas parisienses durante 1899 e 1900, o aspecto humano. Não é um filme melodramático, onde as prostitutas são sempre vistas como vítimas, com suas vidas difíceis e futuros despedaçados. Ao contrário, aqui, elas sonham, e

As Aventuras de Tintim, 2011.

"As Aventuras de Tintim" ou "Da monotonia à diversão: Spielberg e sua redenção". Semana passada fui assistir ao "Cavalo de Guerra", o novíssimo filme do Spielberg. Não vou perder tempo dizendo que achei muito ruim, que dá sono, que é longo demais, que o discursinho de herói é batido, etc. etc. Porém, hoje ao ver "Tintim", voltei a me encontrar com um cinema spielbergeriano divertido, dinâmico, no melhor estilo "Indiana Jones" de aventura. Boa surpresa para quem já estava começando a riscar o nome do Spielberg da lista de futuros filmes a assistir. Primeiro, "Tintim" é um filme que respe

As Flores da Guerra, 2011.

Semana passada postei algumas impressões de "A árvore do amor" (2010), filme do chinês Yimou Zhang e mencionei que, de sua filmografia, faltava assistir ao "As flores da guerra". Acabo de preencher essa lacuna e posso dizer que, pra variar, não me surpreendi nem um pouco: Zhang nunca fez um filme ruim, e dessa vez não foi diferente: "As flores da guerra" é um grande épico (por mais redundante que isso possa parecer). Se o diretor nos acostumou com filmes passados no período feudal chinês, dessa vez ele nos coloca na Nanquim ocupada pelos japoneses em 1937: espadas são trocadas por rifl

Vapor da Vida, 2010.

"...e perguntei se eu poderia, um dia, visitá-la para tomar um café. Ela disse que sim, e em pouco tempo eu a visitei com um buquê de flores. Foi assim que começou e ainda continua..." Sempre achei que tomar café com alguém é um ato quase mágico, uma espécie de ritual que, para mim, me traz um prazer muito grande e, geralmente, grandes lembranças também. O "Vapor da Vida" é sobre isso: recordações, memórias... aqueles pedacinhos de vida que ficam presos no cérebro e jamais o largam. Esse documentário finlandês, a meu ver, teve uma enorme proeza: mostrar que os homens também sofrem

A Árvore do Amor, 2011.

"Eu não posso esperar por você por um ano e um mês. Eu não posso esperar por você até você ter 25. Mas eu tenho esperado por você minha vida inteira". Nunca escondi de ninguém que morro de amores pelo cinema oriental vindo da trindade China, Coreia, Japão. É o meu preferido. Acho que gosto tanto porque em seus filmes eles não escondem nada: se for violento, terá uma violência absurda (mas não gratuita); se for de tristeza, ele fará com que você fique dias com aquela angústia no peito; e se for de amor... bem, temos o exemplo de "A árvore do amor". É um filme brilhante, sem cair e
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