Impressões Recentes

Babycall, 2011.

Noomi Rapace vem se especializando em dramas realmente viscerais. Ela fez uma excelente Lizbeth Salander na versão sueca de "Millennium" (mais conhecida como "assista ela ao invés daquela feita pelo Fincher ano passado") e me arrancou lágrimas com sua interpretação em "Beyond" (2010) (melhor filme estrangeiro que vi ano passado e que, para variar, ficou de fora no Oscar 2012). Em "Babycall", ela segue a mesma linha marcante. Escrito e dirigido por Pal Sletaune (que não quis dirigir "Beleza Americana" por achar o roteiro fraco), "Babycall" é um típico filme norueguês: frio. Mas não

Sete Dias com Marilyn, 2011

"O primeiro amor é um doce desespero". Quase no fim do filme Dame Sybil (Judi Dench) diz essa frase ao assistente de diretor Colin Clark (Eddie Redmayne). Estão todos no set de filmagem de "O Príncipe Encantado" (1956), observando Marilyn Monroe encenando a tomada final. Colin Clark está melancólico: a Sra. Monroe quebrara seu coração, assim como já fizera diversas vezes com diversos outros homens em sua vida. Minhas impressões sobre o "Sete dias com Marilyn" começam com duas ressalvas importantes: 1) nunca vi um filme com a Marilyn original; 2) sou homem (sem prepotência nesse ter

Inquietos, 2011.

Gus Van Sant fez filmes ótimos até hoje, sendo os mais famosos o "Milk" e o "Gênio Indomável". Estranhamente, "Inquietos" passou um pouco despercebido da mídia. Tudo bem, sei que muita gente não gostou, mas, para mim, o filme deveria ter mais reconhecimento. Temos Enoch (o quase estreante Henry Hopper) e Annabel (a sempre bonita Mia Wasikowska) formando um casal que se conheceu durante a morte, no caso, um funeral. Ambos parecem personagens saídos de um poema do Allan Poe: sempre com roupas "estranhas", lembrando um pouco o fim do Dezenove e o início do Vinte, os têm uma atração pela m

Peppermint Candy, 1999.

O amor não concretizado é uma coisa que pode destruir a pessoa e levá-la a uma vida de violência. "Peppermint Candy" foi dirigido por Chang-dong Lee há mais de uma década e mostra que o sujeito vinha se tornando mais e mais maduro até culminar no brilhante (embora um tantinho longo demais) "Poesia", de 2010. Tudo começa com Kim Yongho participando de uma festa com colegas da juventude. Ele surta e acaba parando no trilho do trem. Quando a locomotiva se aproxima ele grita "Eu voltarei!", e então somos jogados no passado, em um filme sendo rebobinado constantemente. Conforme os anos reg

J. Edgar, 2011.

Clint Eastwood é um diretor que, acredito, não tem meio termo: ou você ama, ou odeia. Faço parte da metade que o adora, e acho que é assim porque aprendi a ver as obras do Clint como filmes mais do que como propagandas estadunidenses. Em "J. Edgar", Eastwood vai se voltar contra os comunistas para contar as raízes e a história do surgimento do FBI na década de 1930, tudo sob a ótica de seu fundador, John Edgar Hoover. Confesso que tinha um pouco de receio de assistir a esse filme por ser uma biografia política: vi recentemente o pavoroso "A Dama de Ferro" e ainda estava sob o trauma d

Ronal, O Bárbaro, 2011.

O que esperar de uma animação dinamarquesa, que não pertence aos grandes estúdios e que trata de guerreiros? Simplesmente uma das melhores animações que já vi! "Ronal" é surpreendente do começo ao fim. A história narra a busca de Ronal, um bárbaro fracote, filho de Kron, pela auto-estima e libertação de seu povo. Mas some a isso um roteiro inteligentíssimo e um humor politicamente incorreto e você terá "Ronal, o Bárbaro". Não me lembro de ter rido tanto com uma animação! (A cena da escalada na torre élfica com Ronan invisível é de não se esquecer jamais).  O filme simplesment

Chico & Rita, 2010.

Um amor, quando verdadeiro, pode aguentar mais de quatro décadas de espera e distância até se concretizar. Ao menos, é isso o que prova a animação  "Chico & Rita", indicada ao Oscar 2012 e que - tenho quase certeza - perderá para a Pixar / Disney / Dreamworks (mas tudo bem, ainda acho "Rango" a melhor animação do ano passado). "Chico & Rita" ganha uns pontos extras comigo por conta do 2D empregado nas personagens em um estilo, digamos, bem cubano. Contudo, misturar o 2D das personagens com todo o resto feito em 3D traz problemas: não são poucas as cenas onde podemos repara

A Invenção de Hugo Cabret, 2011.

É realmente difícil falar do Martin Scorsese. Sou fã de seus filmes, todos eles sempre tão adultos, com diálogos repletos de palavrões e ritmos muito dinâmicos. Então, pela primeira vez, o Scorsese resolve banir esse fator "adulto" de suas obras e filma "A Invenção de Hugo Cabret". A competência de Scorsese já é tão gigantesca que ele pode fazer qualquer coisa que tiver em mente. E o melhor: sempre dará certo. "Hugo" narra a história do garoto órfão vivido por Asa Butterfield (no qual temos de ficar de olho, tem tudo para ser um grande ator) que habita a Gare du Nord da Paris pós-Prime

Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual, 2011.

"Medianeras" tem sabor de chocolate quente. Existem filmes deliciosos que deixam em minha boca sabores aconchegantes: esse é o caso da obra de Gustavo Taretto. Conseguiu me fisgar com uns 20 ou 30 segundos de seu início. Somos "apresentados" a Buenos Aires ou, mais precisamente, à paisagem urbana da capital argentina. De modo inteligente, o voice over de Martín analisa os prédios, sua arquitetura diferente e como o espaço é normativo na vida de seus habitantes. É sempre um ambiente onde o sol quase nunca chega, vivem em sombras, tal como o coração dos protagonistas principais, Martín

Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma 3D, 2012.

George Lucas é um sádico que sabe como levar os fãs à falência. Sou apenas mais um dos milhares, dos milhões de fãs ardorosos de Star Wars (ou, como era chamado na minha época, "Guerra nas Estrelas"). Lembro como se fosse hoje a primeira vez que vi Star Wars no cinema: foi no relançamento remasterizado de 1997, comemoração então de 20 anos do Episódio IV. Não tive a sorte de ter visto os originais mesmo no cinema, mas nasci no ano de lançamento do Retorno de Jedi: estava predestinado a gostar da franquia. No dia 24 de junho de 1999 eu, ainda sofrendo os efeitos de uma noite mal dormida

Precisamos falar sobre o Kevin, 2011.

Quem deve pagar pelos erros dos filhos? Os pais? As crianças? Talvez seja isso o que a diretora Lynne Ramsay quis explorar em seu segundo longa. "Precisamos falar sobre o Kevin" é um filme muito tenso, daqueles que prendem a atenção do início ao fim. E também é um filme de fragmentos. A obra é formada por fragmentos. O filme é helicoidal, mas deixando bem claro quais momentos pertencem a quais períodos da história (a sensibilidade em deixar o cabelo de Eva mais curto quando lida com o passado é muito bem recebida: solução simples). Desse modo, a gente enxerga a vida de Eva Khatchadouri

Tyrannosaur, 2011.

Algumas pessoas simplesmente são violentas. Verbalmente ou fisicamente. Elas têm esse espírito agressivo, provocativo e que gosta de machucar / magoar. Joseph é esse tipo de pessoa. O primeiro longa dirigido por Paddy Considine (que também é um ator muito bom) tem arrancado críticas positivas e sou apenas mais um que engrossa a fila dos que adoraram o filme. "Tyrannosaur" é daquelas obras de baixo orçamento que têm de se agarrar ao roteiro para sobreviverem, ou seja, é do tipo que mais gosto. Quando um filme se segura pelo roteiro é porque ele é, no mínimo, interessante. Considine, con

O Segredo de Brokeback Mountain, 2005.

"A verdade é: às vezes eu sinto tanto a sua falta que mal posso aguentar". Todos já passaram por isso. Ou passarão. E são nesses pequeninos momentos de falta de ar, olhos nublados e voz embargada que a gente descobre o quanto ama a outra pessoa, o quanto é difícil acordar sem ela ao lado e ter de carregá-la no pensamento, desejando que os dias se transformem em horas, as horas em minutos, e os minutos em momentos que jamais deveriam acabar quando, enfim, estamos ao lado de quem amamos. Ang Lee pegou toda essa mistura de sentimentos presentes no conto original de Annie Proulx (com tr
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