Impressões Recentes

A Separação, 2011

(30/11/2011) – A 35ª Mostra Internacional de cinema de São Paulo, aberta sob a notícia da morte de seu fundador, o crítico Leon Cakoff, realizou uma justa homenagem a Sergei Paradjanov – preso sob Stalin, Brejnev e Andropov – e também a Jafar Panahi, condenado à prisão domiciliar e a não fazer filmes pelos próximos 20 anos, e contou com a presença do cineasta Mohsen Makhmalbaf, diretor, entre outros, de “Um instante de inocência” (1996). A Mostra exibiu a obra “Olhando Espelhos”, de Negar Azarbayjani (2011), que narra a história de uma taxista e uma transexual no país pós-revolução

Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, 2009.

(17/05/2010) - Proponho o exercício de ler um filme. Viajo porque preciso, volto porque te amo. Primeiro, a localização dos realizadores, das biografias, da formação acadêmica, da obra pregressa. As camadas mais evidentes que presidem a narrativa: a transposição do rio São Franciso, o olhar do geólogo sobre o Nordeste setentrional, a dor da separação. Um plano mais atento: a forma da narrativa, a primeira pessoa, a linearidade do tempo presente, o personagem jamais visto. Os grandes planos. A acuidade fotográfica. O labor técnico: a multiplicidade dos suportes do registr

A Caverna dos Sonhos Esquecidos, 2011.

"E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?" - Diálogo entre Sócrates e Glauco (Platão. A República. Livro VII) (15/11/2011) - Assisti a este documentário em duas versões: primeiro pelo modo convencional, em 2D, direto do meu notebook, e, depois, em 3D, em uma boa sala de

O Moinho e a Cruz, 2011.

E lá vou eu falar sobre a coisa que mais me fascina (e faz com que meus amigos durmam): a paisagem. Não poderia ser diferente, é impossível não entrar no tema "paisagem" quando falamos de Pieter Bruegel, pintor holandês (ou flamengo, se preferir) do século XVI que praticamente centrou todo o seu trabalho na retratação do amplo, do diversificado, do heterogêneo. Bruegel está tão intimamente ligado às paisagens que, durante a defesa de meu Mestrado há 1 semana, um dos professores da banca (Adílson Avansi de Abreu, DG da FFLCH) apontou para algo que eu desconhecia até então: o início do d

Fausto, 2011.

O mais recente filme de Alexander Sokurov venceu o Festival de Veneza de 2011 e fechou a tetralogia de biografados (Hilter em "Moloch", Lenin em "Taurus", e Imperador Hirohito em "O Sol"). E, para mim, fechou com chave de ouro! Não apenas é o melhor - e mais consistente - filme da tetralogia, como também é o melhor filme do Sokurov que vi. A história é uma releitura da obra de Goethe, o que já nos deixa um pouco mais à vontade: sabemos que a trama é sobre a relação entre o Diabo e o Doutor Fausto, e como o sujeito acaba vendendo sua alma para satisfazer seus desejos. No caso do filme

Os 12 Macacos, 1995.

Tarefa difícil escrever sobre "Os 12 Macacos". É um dos meus filmes preferidos. Sempre foi, desde seu lançamento. E mesmo quando assisti pela primeira vez, quando ainda era muito jovem pra entender direito a proposta do filme, eu o adorei. Creio que tenha sido por causa daqueles aparelhos todos que aparecem no filme, ou a cena em que o Bruce Willis veste aquela roupa meio de astronauta e se depara com uma Filadélfia no inverno repleta de animais selvagens: sempre amei filmes de ficção científica (e já escrevi sobre minha paixão por "Star Wars", que carrego desde a infância mais tenra).

Medo e Delírio, 1998.

Terry Gilliam, aqui, deve ter fumado ou cheirado de tudo durante a escrita de seu roteiro. "Medo e Delírio" é a obra mais nonsense de Gilliam, uma ode aos efeitos dos alucinógenos. Muito bem feita, por sinal. O pior é que não dá para dizer muito sobre a história do filme: acho que a gente também se entorpece de tal modo que não consegue lembrar direito quando a experiência termina. É meio sem pé nem cabeça, mas vejamos: são dois caras - Raoul Duke (Johnny Depp) e Dr. Gonzo (Benicio Del Toro) - que vão em busca de usar todas as drogas possíveis e imagináveis em Las Vegas em 1971. E ac

Os Bandidos do Tempo, 1981.

Em 1981, Terry Gilliam lançou seu segundo longa, dessa vez já não tão ligado aos pythons. Talvez por isso ele tenha deixado um pouco o humor pastelão de lado e focado mais na parte fantasiosa. Gilliam faz com que viajemos com Kevin, um garoto que sofre com a falta de atenção dos pais e, numa determinada noite, tem seu quarto invadido por um grupo de anões que fogem do Ser Supremo. Os anões carregam um mapa que aponta brechas no tempo, podendo viajar para diversas épocas da História. Pego de surpresa, Kevin se junta à aventura e acaba se perdendo junto com os anões (que reclamam para si

Jabberwocky - Herói por Acidente, 1977.

Primeiro longa-metragem dirigido por Terry Gilliam, em 1977. Ele mal havia saído do Monty Python na época e quase todos os integrantes da trupe estão presentes no filme (se não todos, não sei dizer). A história conta a aventura, a saga de Dennis Cooper, um plebeu da Idade Média, que, sendo deserdado pelo pai no leito de morte, parte para a cidade a fim de tentar a vida no Castelo e ter condições de se casar com sua amada, a glutona Griselda (plebeia que não dá a mínima para Cooper). A vida do pobre homem, que já não é fácil, se torna ainda pior quando o Jaguardarte começa a atacar o vi

O Pescador de Ilusões, 1991

Mais uma vez Terry Gilliam.  "O Pescador de Ilusões" talvez seja um de seus filmes em que não há Fantasia tão escancarada, mas isso não quer dizer que ela não exista. Não, não. Ela é sutil aqui, mas é o que dá o tom "gilliamniano" à obra, ela é quem conduz o espectador pela mente do "louco" Parry, um cavaleiro saído dos romances medievais e que habita a Nova Iorque do século XX. Acho que, das obras de Gilliam, essa seja a que mais bate no assunto "redenção". O filme gira em torno de Jack (Jeff Bridges), locutor famoso de rádio que, ao desdenhar de seus ouvintes, acaba sendo re

Brazil, 1985.

Talvez Terry Gilliam não seja um diretor para todos. Seus filmes não são "comuns", isso é fato. Gilliam abusa (ainda bem) do humor e da fantasia para fazer seus filmes, mas sempre de um modo em que se tornem inteligentes: não é uma comédia feita apenas para rir, não é uma fantasia/aventura apenas para nos deslumbrarmos com o visual. Que sou fã de Gilliam, não escondo. Ele é um dos poucos diretores que casam perfeitamente com meu gosto por "estranhices", tornando o bizarro em interessante. Já havia visto "Brazil" em DVD há um tempo, mas revi agora em Blu-ray, e em Director's Cut, o que
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