Titanic 3D, 2012.


Falar de "Titanic" é despertar a paixão ou a ira de muita gente. Ele foi um sucesso gigantesco em 1997. Lembro que não consegui ver no cinema na época: as filas eram imensas, havia sessões esgotadas com quase uma semana de antecedência, e a venda de ingressos pela internet ainda não existia como hoje. Muitas meninas - hoje mulheres - choraram com o filme, eram apaixonadas e viam o DiCaprio na tela cinco, seis vezes. E odiavam a Kate Winslet, chamando-a de "gorda". Eu, também na adolescência, fiz parte do grupo dos meninos que odiavam o DiCaprio e riam com sua morte na água gelada. E, ao contrário do que as meninas da escola diziam, eu achava (e sempre achei) a Kate Winslet uma semideusa: ela ruiva no filme era sensacional (aquela fase dos hormônios...), e, pessoalmente, gosto mais dela na versão "cheinha" (mas jamais gorda).

Confesso que não gostei do filme quando o vi pela primeira vez. Talvez fosse todo o rebuliço causado por ele. Lembro que, na noite do Oscar, fui dormir xingando porque "Titanic" abocanhara tudo. Mas assisti mais de uma vez, e mais de uma dúzia de vezes de lá pra cá. Fui aprendendo, no entanto, a gostar do filme de Cameron. É um ótimo filme para passar o tempo. E é um filme impressionante do ponto de vista técnico.

Tendo esse aspecto em mente, pela primeira vez assisti ao "Titanic" no cinema. Em 3D. E o melhor: em IMAX. Nunca havia entrado numa sala IMAX e aproveitei esse filme gigante (em todos os sentidos) para apreciar essa tecnologia de que tanto falam. Não me arrependi: o IMAX é impressionante! A começar pela tela, que deve ter quase o dobro do tamanho de uma convencional; no começo é um pouco ruim ler as legendas, já que vc tem de olhar para baixo e depois subir a vista para o centro da tela: mas com pouco treino você pega o timing da coisa. O som também é um show à parte: perfeito! Alto, nítido, bem distribuído... enfim, tudo o que queremos de um filme. A sala IMAX se tornou um xodó pra mim de hoje em diante. Pretendo voltar mais vezes. Mas somente quando os filmes realmente valerem a pena (como é o caso de "Titanic", pra mim): o preço é muito caro, mesmo quando se paga metade do valor do ingresso (a inteira sai por 34 reais). Embasbacado com uma sala que me proporcionou uma verdadeira imersão no filme, vamos falar brevemente da obra em si.

Quem não viveu fora da Terra nos últimos 15 anos deve ter assistido "Titanic" ao menos uma vez (ou uma parte dele). A história é aquela que faz as mulheres chorarem nos cinemas ainda nos dias de hoje (ouvi várias assoando os narizes): uma história de amor. Jack Dawson (DiCaprio) é o pobretão americano que está na Inglaterra na ocasião da primeira (e única) viagem do Titanic, em 1912. Ele ganha o bilhete num jogo de cartas e embarca no luxuoso navio. Lá, ele conhece a triste Rose (Winslet), que tem uma mãe dominadora e um noivo que não a ama. Ambos se apaixonam, têm um caso, o noivo descobre, tenta se vingar mas é tarde: o próprio navio se torna o carrasco do amor entre os dois. Uma história simples, confesso: assim como toda história de amor o é: comum e apaixonada - e é nisso que está toda a magia dessa "doença" chamada amor. Porém, Cameron é um contador de histórias de mão cheia: ele consegue prender a atenção das pessoas por quase 3 horas e 20 minutos sem fazer com que durmam. Há tempo necessário para desenvolver as personagens, inclusive nos momentos de pânico quando o navio já está naufragando. E James Cameron é, sim, sinônimo de avanço tecnológico nos cinemas. Ele provou isso com "Titanic" e, mais recentemente, com "Avatar". E deu um passo além: converteu com extrema competência um filme 2D em 3D! Isso é digno de nota: a conversão ficou realmente ótima (me fazendo questionar ainda mais o trabalho de George Lucas com seu "Star Wars" enganador) - as cenas no fundo do oceano ficaram muito boas, e a noção de profundidade no ambiente interno e externo do navio também. Só fui dar mais atenção à qualidade sonora do filme graças ao IMAX: é maravilhosa, a edição de som é incrível, não dá para negar.

"Titanic 3D" chega em boa hora para provar que é possível fazer um bom trabalho de transportar o 2D para o 3D sem cansar os olhos. Como é um filme com uma década e meia de idade, realmente apenas os fãs irão aos cinemas. Agora, aqueles que forem, certamente não irão se arrepender! E, confesso, não é vergonha nenhuma deixar algumas lágrimas caírem com o amor entre Jack e Rose.

Alex Martire


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+ comentários + 1 comentários

14 de abril de 2012 às 19:50

Eu não estava a fim de ver esse filme no cinema de novo, e muito menos em 3D, mas agora deu vontade rs

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