Medo e Delírio, 1998.



Terry Gilliam, aqui, deve ter fumado ou cheirado de tudo durante a escrita de seu roteiro. "Medo e Delírio" é a obra mais nonsense de Gilliam, uma ode aos efeitos dos alucinógenos. Muito bem feita, por sinal.

O pior é que não dá para dizer muito sobre a história do filme: acho que a gente também se entorpece de tal modo que não consegue lembrar direito quando a experiência termina. É meio sem pé nem cabeça, mas vejamos: são dois caras - Raoul Duke (Johnny Depp) e Dr. Gonzo (Benicio Del Toro) - que vão em busca de usar todas as drogas possíveis e imagináveis em Las Vegas em 1971. E acho que é só isso... Não tem início nem fim, e o meio é de uma porra-louquice imensurável. Mas essas situações sob efeito de cocaína, LSD e maconha é que dão a graça ao filme. E é bem engraçado! A cena dos dinossauros no bar do cassino é ótima e a primeira vez que experimentam éter também é impagável.

O grande mérito de Gilliam nesse filme é nos fazer viajar juntos com os dois caras. Você acaba entrando no clima alucinado e - mérito total do diretor - acaba se sentindo incomodado na parte da obra onde ambos estão "caretas". Gilliam usa bastante os efeitos especiais para criar deformações nos rostos das pessoas e também para representar em tela aquilo que supostamente os protagonistas enxergam. E também são poucas as cenas onde a câmera tem uma movimentação "tradicional": tudo aqui se (re)mexe, desfoca, distorce. A trilha sonora é excelente, ambientando muito bem a época.

"Medo e Delírio" é um filme em que você se pega pensando quando acaba: "Mas eu não entendi nada!". E talvez seja esse o maior mérito de Gilliam. De todas, a obra mais "viajada" do mestre.

Alex Martire


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