Inquietos, 2011.


Gus Van Sant fez filmes ótimos até hoje, sendo os mais famosos o "Milk" e o "Gênio Indomável". Estranhamente, "Inquietos" passou um pouco despercebido da mídia. Tudo bem, sei que muita gente não gostou, mas, para mim, o filme deveria ter mais reconhecimento.

Temos Enoch (o quase estreante Henry Hopper) e Annabel (a sempre bonita Mia Wasikowska) formando um casal que se conheceu durante a morte, no caso, um funeral. Ambos parecem personagens saídos de um poema do Allan Poe: sempre com roupas "estranhas", lembrando um pouco o fim do Dezenove e o início do Vinte, os têm uma atração pela morte e gostam de passar o tempo indo a funerais de desconhecidos. Na verdade, os jovens têm em comum a morte em suas vidas - Enoch possui um trauma em seu passado, enquanto Annabel sofre com um tumor no cérebro. Esse gosto em comum os aproxima e um amor surge para coroá-los.

Tinha tudo para ser um filme "sentimentalóide". Mas não o é. Gus Van Sant não apela para o choro excessivo, à toa: a história se passa naturalmente, e com boas pitadas de humor. A fotografia é muito, muito bonita e o filme se transforma em algo realmente poético, uma celebração ao fato de estarmos vivos (tal como a história do pássaro cantor). Mesmo tendo uma doença terminal, Annabel não fica desesperada tentando fazer tudo o que não havia feito até então: ela aceita o fato com resignação, e segue em frente. E o amor dos dois é puro, sincero, quase de crianças -  eles se permitem imaginar, ter ficções, contos de fadas em suas mentes e trabalhar nelas (o que, particularmente, acho fantástico para um casal). Tudo isso até o fim do filme, que termina deliciosamente lindo e sincero. Obviamente quem assiste irá chorar mas, isso é ser apelativo? Não acho que seja demérito de Gus Van Sant, ao contrário: ele nos envolve de tal maneira que sorrimos entre as lágrimas.

"Inquietos" é um filme romântico que foge do estereótipo desse gênero: o amor é o fundo da história: não é uma história sobre como amar (que, repito, todos sabemos como é, cada um a sua maneira). Imperdível.

Alex Martire




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+ comentários + 2 comentários

14 de abril de 2012 às 19:56

o que esse filme mais é: sentimentalóide e apelativo. tem mais é que continuar despercebido pro bem do gus van sant, que já foi beeem melhor. elephant que o diga.

esse filme é tão manipulador que faltou chamarem o john willians pra fazer a trilha, mas ainda assim é melhor q encontrando forrester. tá no nível do milk, se pá rs

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