Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma 3D, 2012.


George Lucas é um sádico que sabe como levar os fãs à falência. Sou apenas mais um dos milhares, dos milhões de fãs ardorosos de Star Wars (ou, como era chamado na minha época, "Guerra nas Estrelas"). Lembro como se fosse hoje a primeira vez que vi Star Wars no cinema: foi no relançamento remasterizado de 1997, comemoração então de 20 anos do Episódio IV. Não tive a sorte de ter visto os originais mesmo no cinema, mas nasci no ano de lançamento do Retorno de Jedi: estava predestinado a gostar da franquia.

No dia 24 de junho de 1999 eu, ainda sofrendo os efeitos de uma noite mal dormida devido à ansiedade, fui pegar a primeira sessão (era entre 10 e 11h da manhã) do Episódio I. Sentei na poltrona do canto, sozinho, e esperei o letreiro subir na tela. Como eu estava aguardando "A Ameaça Fantasma"! Tinha colecionado recortes de jornal (que guardo até hoje, na minha pasta-dossiê Star Wars) e amaldiçoava o fato de o filme, aqui no Brasil, estrear com dois meses de atraso (naquela época era assim: demorava; somente com "Matrix Reloaded" começou a haver estreias simultâneas ao redor do globo). Pois bem, o letreiro subiu e minhas lágrimas desceram: estava em êxtase, um sonho meu era realizado naquela manhã. Adorei tanto o filme que fui ver mais umas 3 vezes no cinema. E depois aluguei o VHS mais umas tantas vezes. Foi um momento bem especial em minha vida, jamais esquecerei.

Finalmente, depois de 13 anos, pude reviver essa emoção nas telonas. Milagrosamente, George Lucas não fez mudanças profundas nessa primeira trilogia, então o que está em cartaz é a recente versão lançada em blu-ray, mas em 3D. E é aí que começam os problemas...

O 3D de Star Wars é uma piada. É vergonhoso. É ultrajante. Sabe por que? Simplesmente porque  quase não há sensação alguma de profundidade! O fato de o filme, originalmente em 2D, ter sido convertido iguala o Episódio I a todos os demais filmes convertidos que estão em cartaz, mas com uma diferença: quando produzido, em 1997-1998, não foi pensado para ser em três dimensões. Então não há praticamente nada que reforce a profundidade na tela. Nem a corrida de pods, nem a batalha entre gungans e os robôs: nada se salva quando convertido em 3D! O filme praticamente não mudou, o 3D não acrescentou nada. O pior é: eu, como bom fã, já sabia que seria assim... Mas, sendo fã, não dá pra perder Star Wars na telona quase IMAX e com som digital: é diversão garantida!

Mesmo sendo o filme mais "arrastado" de todos, o "Ameaça Fantasma" é um filme redondinho: ele é demorado por causa das diversas explicações e tramas paralelas que ocorrem (e que terão peso no futuro). Mas ainda dá pra se emocionar, pra se animar como criança assistindo hoje, adulto: quem não se empolga com o duelo final entre Qui-Gon, Obi-Wan e Darth Maul (de longe, um dos vilões mais mal aproveitados da história do cinema, e um dos que mais ganhou destaque, vide o poster)?! É perfeito! E é gratificante ver pais levando seus filhos ao cinema, para provarem da mesma paixão que um dia eles tiveram. 

Enfim, como eu disse acima: Lucas sabe tomar meu dinheiro. Soube me enganar com essa conversão fajuta para 3D. E tenho de confessar: ainda serei enganado mais 5 vezes...

Alex Martire


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+ comentários + 4 comentários

29 de março de 2012 às 20:35

O autor deste post é, na verdade, um trekker enrustido que precisa sair do armário. Saudações andorianas, pink-skin.

_\\//

30 de março de 2012 às 14:31

Somente um comentário tão nerd poderia vir de um trekker assumido!

Que a Força esteja com você ;)

30 de março de 2012 às 15:58

O tamanho do ressentimento:

http://www.youtube.com/watch?v=6lfsefJbpd0&feature=related

31 de março de 2012 às 05:46

Isso é um documentário, né? Bem legal!!!

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