Tyrannosaur, 2011.


Algumas pessoas simplesmente são violentas. Verbalmente ou fisicamente. Elas têm esse espírito agressivo, provocativo e que gosta de machucar / magoar. Joseph é esse tipo de pessoa.

O primeiro longa dirigido por Paddy Considine (que também é um ator muito bom) tem arrancado críticas positivas e sou apenas mais um que engrossa a fila dos que adoraram o filme. "Tyrannosaur" é daquelas obras de baixo orçamento que têm de se agarrar ao roteiro para sobreviverem, ou seja, é do tipo que mais gosto. Quando um filme se segura pelo roteiro é porque ele é, no mínimo, interessante. Considine, contudo, ultrapassou a barreira do interesse e fez um dos melhores filmes lançados ano passado que, misteriosamente, ficou fora das grandes premiações, embora tenha ganho duas "estatuetas" no Sundance. É um filme sobre violência e sobre como nossos instintos, muitas vezes, são mais fortes do que a gente. Em determinado momento Joseph diz à Hannah: - "Não sou uma boa pessoa. Você não me conhece direito". Nada mais sincero: pouco da vida de Joseph nos é dito, então não sabemos como ele se tornou o que é, de onde vem sua raiva, por que não consegue se controlar. Ele passa o dia todo no pub, embebedando-se e arrumando brigas com quem mal o encara. Há um novo rumo quando esbarra com Hannah (Olivia Colman), religiosa fervorosa que sofre com a violência doméstica vinda de seu marido: de diversas maneiras, ela acaba entrando no mundo de Joseph, tudo graças a um sorriso.

 Apesar do poster, o filme não tem nada de paleontológico. O tiranossauro aqui é Joseph, ele é o predador, ele é o animal que, quando atacado, vai se defender violentamente. Apesar de sua explicação sobre o termo "tyrannosaur", fica claro que somos nós as verdadeiras máquinas de caçar (e nisso Hannah também irá crer). Com uma atuação soberba do veterano Peter Mullan (que merecia ter recebido mais indicações em outros prêmios de cinema), "Tyrannosaur" assusta, choca e, ao mesmo tempo, é meramente humano e, como já dizia o antigo, não devemos estranhar aquilo que é humano. 

Absolutamente imperdível.

Alex Martire


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+ comentários + 2 comentários

6 de fevereiro de 2012 às 06:40

vontade de procurar o filme só por causa desse poster INCRÍ!
;)

6 de fevereiro de 2012 às 11:07

Maravilhoso o poster, concordo! Poderiam fazer um com tema arqueológico também :)

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