Ferrugem e Osso, 2012.



Ferrugem e Osso é um dos representantes da França no Globo de Ouro 2013 na categoria Melhor Filme Estrangeiro e com Marion Cotillard concorrendo à Melhor Atriz. Pessoalmente, gosto da Marion atuando na Europa: lá ela consegue papéis que realmente exigem dela. Toda vez que se mete com Hollywood, arruma umas personagens secundárias que mal sabem morrem (vide Talia no novo filme do Batman). Sua indicação ao Globo de Ouro é merecida, pois tem uma interpretação muito boa aqui, mas não chega a ser uma Piaf. Inclusive, o filme é muito bom, mas a todo momento fica aquela sensação de que "não é pra tanto". Não assisti ao também francês Intocáveis, mas acho que nenhum deles vai conseguir tirar o prêmio do Amour de Haneke (por mais que eu torça para O Amante da Rainha ou Kon-Tiki ganharem).

Dirigido por Jacques Audiard - que já havia feito O Profeta, em 2009 - Ferrugem e Osso é um filme bastante "tosco", no sentido correto da palavra. Trata-se da história do belga Ali (Mathias Schoenaerts) que se muda com seu filho Sam para a casa da irmã  em busca de um recomeço de vida, menos miserável dessa vez. Sendo lutador de Boxe e Muay Thai, Ali consegue emprego como segurança em uma boate e ali ganha seus trocados até o dia em que aparta uma briga na qual está envolvida Stéphanie (Marion Cotillard). Machucada, a mulher é levada até em casa por Ali e ambos começam a se conhecer melhor. Porém, tudo muda na vida de Stéphanie quando, durante uma das apresentações de treinamento de baleias orca, a mulher sofre um acidente e tem as duas pernas amputadas. Então é quando o filme, de fato, engrena: depressiva com o acontecimento, Stéphanie encontra em Ali um amigo para lhe ouvir e passear na praia. Aos poucos, a mulher vai retomando sua vida normal e voltando a sonhar. Enquanto isso, Ali se vê envolvido em problemas no trabalho, em lutas clandestinas de rua e atos violentos contra seu próprio filho. Como toda mulher idiota que pensa poder "redimir" um homem, Stéphanie vai estreitando sua relação com Ali, chegando a se apaixonar por ele. Mas cada pessoa tem o seu jeito, e isso deve ser respeitado, por mais que possa doer.

Adoraria dizer que Ferrugem e Osso é um filme super profundo, mas não foi o que senti. A primeira metade é muito boa, mas depois cai um pouco naqueles moldes de filmes românticos meio batidos e se torna um pouco chato. Ganha um fôlego nos últimos 10 minutos e termina naquele bom jeito ao qual estamos tão acostumados quando vimos filmes franceses: sem fim. Nada é resolvido e, creio, nem precise se resolver pois, como disse, a história não é um dos pontos fortes do filme e se torna previsível. O destaque mesmo fica para a figura de Ali, um homem cru, incapaz de se apaixonar, e que prefere lutas ao próprio filho. A interpretação meio brutamontes me lembrou bastante a que o próprio Mathias Schoenaerts já fez no excelente filme belga de 2011 Bullhead, mas menos favorecida pelo roteiro regular. Mesmo assim, Mathias é quem rouba o filme, mesmo com Marion tendo convencido como a mulher que teve de reaprender a andar em todos os sentidos. Um pouco que deve se destacar está nos efeitos especiais: as pernas de Marion (ou a falta delas, no caso) ficaram perfeitamente apagadas na pós-produção, levando-nos sempre a questionar: "Mas como fizeram isso?".

Para finalizar, Ferrugem e Osso é um filme bom que tem pequenos erros que acabam por enfraquecê-lo. Mas ele põe a gente para pensar: principalmente quanto ao título, que não entendi... Se alguém descobrir, deixe nos comentários, por favor.

Alex Martire


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