A Better Life, 2011.



O mexicano Demián Bichir foi recentemente indicado ao Oscar de Melhor Ator. Ele foi tido como o "azarão", pois concorre com Brad Pitt, George Clooney, Gary Oldman e o francês Jean Dujardin. O que "A Better Life" me mostrou, no entanto, foi o quão Demián está acima de seus concorrentes, embora sendo praticamente desconhecido.

"A Better Life" é um filme sensível, delicado e, principalmente, respeitoso. O diretor Chris Weitz trata do tema da imigração mexicana ilegal nos EUA de forma honesta, sem "vilanizar" aqueles que atravessaram a fronteira para tentar uma vida melhor. E lá está ele, Carlos (Demián), viúvo e pai de um filho (um garoto de 15 anos, o Luis) que tenta sobreviver em Los Angeles trabalhando como jardineiro. Para tentar melhorar de vida, Carlos empresta dinheiro de sua irmã e compra uma caminhonete para auxiliar no trabalho. Um acontecimento baseado em pura confiança humana, e relacionado ao carro, acaba por tornar a relação fria entre pai e filho um pouco mais próxima.

E é nessa história de relação que está a força do filme. É um espetáculo de atuação de Demián. Não é fácil interpretar personagens que trazem na face as tão conhecidas rugas da vida. Vivendo em um bairro tomado pelas gangues mexicanas, Carlos tenta afastar seu filho da má influência, ao mesmo tempo em que tenta se manter firme e aguentar os golpes do destino sem poder recorrer às autoridades. Demián, como eu disse, está soberbo:  torço muito para que ele desbanque os concorrentes e leve o prêmio, merecidamente. As situações em que um pai passa para tentar proteger seu filho e dar a ele "Uma Vida Melhor" mexe com quem assiste. Dá um nó na garganta e no fim do filme você já deixa umas lágrimas escorrerem: tudo sem cair no dramalhão.

Eu tenho uma categoria de filmes que chamo de "essencial": são aqueles que recomendo vivamente, que digo para as pessoas: "Por favor, assista". Esse é o caso de "A Better Life": um filme que passou quase despercebido nas premiações de cinema (injustamente), mas que se mostrou um dos melhores de 2011, com todos os méritos possíveis. Extremamente recomendado.

E se às vezes a gente precisa de algo para se agarrar e suportar as dores da vida, talvez um diálogo simples entre pai e filho seja um belo exemplo:

(Luis) - Pai, por que você teve a mim?
(Carlos) - Porque eu precisava de algo para continuar a viver.


E talvez a vida seja isso mesmo...

Alex Martire


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