The Front Line, 2011.



Há filmes que, só por uma cena, já valem. É o caso desse pré-candidato ao Oscar escolhido pela Coreia do Sul e dirigido por Hun Jang.

A cena em questão acontece nos últimos 15 minutos do filme. Exércitos do Norte e do Sul estão prestes a disputar a batalha final pelo Monte Aerok, em 1953, e definir as atuais fronteiras entre os dois países. Então os comunistas começam a cantar uma triste música, que relembra o rosto da mãe, já velha, e a saudade que ela deixa aos filhos. Em meio às brumas, o exército sulista também adere à canção, formando um uníssono lindo, muito lindo. É de arrepiar. Eles sabem que essa é a última canção que carregarão até à morte iminente. 

A obra de Hun Jang é cativante. O cinema oriental é perfeccionista e aqui é apenas mais uma mostra: batalhas são extremamente bem filmadas, sem precisar recorrer ao velho truque de tremer a câmera para esconder defeitos técnicos. Antes de tudo, é um filme de guerra sobre a amizade, sobre a lealdade, mas sem ser piegas e apelar para tirar lágrimas dos espectadores (aprendeu, Spielberg?). Dois amigos sul-coreanos estão no front oriental da guerra e são afetados de modos diferentes pelo inferno em que vivem: um ainda mantém a "humanidade", enquanto o outro, como ele bem aponta, já morreu há muito tempo.

Obviamente Hun Jang não poupa críticas aos irmãos do Norte, tornando-os os "vilões", mas no terceiro ato o diretor consegue amenizar bastante essa dicotomia: jogada de mestre. 

Para quem busca um épico coreano sobre a guerra que dividiu o seu território, "The Front Line" vai lhe saciar (e muito bem). Filmaço.

Alex Martire





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