Histórias Cruzadas, 2011.




"Deus nos ensinou que devemos amar nossos inimigos". Essa é uma frase no filme que resume tudo. 2011 foi um ano que, sinceramente, me surpreendeu pela quantidade de filmes excepcionais, brilhantes, marcantes... Há tempos não me recordo de um ano assim (creio, talvez, que isso nunca tenha acontecido antes). 2011 trouxe para minha vida a "Árvore", que fincou raízes em meu coração de um tal modo que se tornou o melhor filme que vi na vida. Do mesmo modo, o ano me machucou com o "Beyond" e, agora, ele aprontou mais uma das suas e me deixou estarrecido com "Histórias Cruzadas" (The Help). Faço o mea culpa aqui para com o "Warrior": você perdeu seu posto de "Oscarizável", por mais que mereça. "Histórias" é impecável. É brilhante, de verdade. Já assisti a muitos filmes nessa vida, mas não me recordo de nenhum que tenha um elenco tão maravilhoso quanto o deste - e o melhor, um elenco puramente feminino.


Para mim, é um grande filme sobre a segregação racial ocorrida nos EUA na metade do século passado. Precisa ser passado em salas de aula para o público mais adulto. Precisa ser desmembrado, dissecado pelos professores. É um filme para tratar humanos. Para vermos o que somos capazes de fazer com as pessoas que julgamos diferentes: e aqui não cabe apenas a questão "da cor" , um tema que pode ser levado a qualquer tipo de preconceito, seja ele qual for. Não basta agirmos como idiotas, é necessário provar a merda daquilo que geramos - no caso filme, literalmente. Os EUA produzem muitos filmes por ano, claro. A economia deles, em parte, depende disso. Todos sabemos que, da produção anual estadunidense, uns 90% é lixo criado para conquistar alguns milhões em bilheteria ou venda de dvds. Mas, do mesmo modo, os 10% restantes entram no alto escalão de obras de arte cinematográficas, e somos brindados com filmes absolutamente geniais. É o caso de "Histórias Cruzadas". Um filme que não exagera no patriotismo, pelo contrário, mostra como a sociedade americana também tem suas nódoas que jamais se apagarão. E que é preciso relembrá-las constantemente para, como o filme diz, "amarmos os nossos inimigos". Mesmo que seja para dizermos o que sentimos e seguirmos em frente, sempre. É necessário dar as costas à criança que chora e bate na janela pedindo pra vc voltar: a vida são passos adiante, mesmo que dolorosos e carregados de mágoas...

Um filme absolutamente necessário de ser visto. Mas preparem sorrisos e lágrimas e um espaço na mente: ele ficará martelando por dias.


(De todo o brilhante elenco feminino do filme - com muitas mulheres lindas - destaco a Jessica Chastain. Sinceramente, é uma das mulheres mais lindas que existe no mundo, na qual me perco em seus olhos e sorriso; porém, a atuação dela tem sido cada vez mais genial em cada filme que faz. Na "Árvore da Vida" ela fez a Sra. O'Brien de forma magnífica, molhando os pés sobre a grama, entregando seu filho a deus. Nesse ela é uma mulher viva, que supera seus problemas e não vê diferenças humanas por conta da cor da pele. Seu oposto no filme, a Bryce Dallas Howard, outra mulher estonteante, também brilha absurdamente, calando a boca dos que a criticaram por trabalhar com o Shyamalan).

Alex Martire




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